O empreendedorismo social é caracterizado pela criação de produtos e serviços que tem o foco principal na resolução, ou minimização, de problemas em áreas como educação, violência, saúde, alimentação, meio ambiente, etc. Mais do que obter o simples lucro, o objetivo destas empresas é gerar transformação nas comunidades em que estão inseridas. O faturamento adquirido é investido em ações que possam aumentar o impacto e promover o bem-estar do público.
Os focos de atuação do empreendedorismo social
As principais áreas de desenvolvimento do empreendedorismo social são:
- educação, alfabetização e inclusão digital;
- moradia de baixo custo;
- reciclagem, indústrias limpas e energias alternativas;
- agricultura, floresta e uso de água;
- saúde e nutrição comunitárias;
- diversidade e multiculturalismo;
- oportunidades para deficientes;
- serviços em geral;
- apoio ao empreendedorismo e microcrédito;
- direitos humanos.
Mas o que leva uma pessoa abrir mão do lucro total para investir em soluções para problemas sociais? Propósito. Tais empreendedores encontram no trabalho uma missão que ultrapassa a busca pelo sucesso financeiro e se reflete em benefício do próximo. Essa missão pode ser criar casas com materiais recicláveis para comunidades carentes, ou um salão de beleza que realize cortes gratuitos para crianças de abrigos e orfanatos.
Não há como alguém definir a missão de outra pessoa, mas cada um pode detectar aquilo que mais o incomoda e buscar desenvolver soluções por meio de atividades comerciais.
Usando novas tecnologias no empreendedorismo social
Uma das inúmeras maneiras de criar empreendimentos socioambientais é utilizar novas tecnologias e plataformas online. Redes sociais, blogs, softwares e programas digitais podem ser tanto um canal para desenvolver as propostas do negócio, quanto uma ferramenta para gerar transformação social.
Com a infinidade de informações disponibilizadas gratuitamente pelo Governo e instituições mundiais como a ONU, o empreendedor pode identificar problemas locais, desenvolver soluções e novos modelos de negócio.
Em 2017, por exemplo, foi divulgado pela UNAids (ONU), que o Brasil registrou um aumento de 3% no número de casos de AIDS entre 2010 e 2016 – sendo que o combate a AIDS, assim como da malária e outras doenças é um dos oito objetivos do milênio. Empreendedores sociais podem desenvolver diferentes soluções para o problema, atuando tanto na prevenção quanto no apoio aos pacientes, com o uso de tecnologias, como aplicativos ou plataformas online.
Uma ferramenta do tipo poderia auxiliar os soropositivos com dados, informações, e mecanismos para o controle da medicação e uma rede de apoio digital. O negócio seria capaz de obter recursos com materiais específicos e reverter parte dos lucros para campanhas de prevenção ou casas de tratamento populares para crianças e jovens em situação de vulnerabilidade e abandono.
Essa é mais uma ideia de produto que é capaz de gerar impacto tanto para o usuário da ferramenta, quanto para a organização que viesse a receber os recursos destinados pela empresa. Tal mecanismo não precisa ser desenvolvido apenas por grandes empreendimentos de tecnologia, mas por qualquer pessoa que se identifique com este ou outros problemas de saúde, educação, segurança, meio ambiente e etc.
Empatia
A empatia é a principal característica dos empreendedores sociais, que devem buscar conhecer o público ou a causa que desejam atender, percebendo seus impasses e dificuldades. Não é possível desenvolver empatia apenas com números e relatórios; para isso é essencial ouvir e conversar com potenciais clientes (não buscando apenas uma ideia de negócio), se colocando no lugar de quem realmente convive com a situação – seja a falta de alimentos, questões de segurança, convívio com o lixo ou a dificuldade de acesso à cultura.
A busca por equilíbrio financeiro
Nem só de propósitos e tecnologias vivem os negócios de empreendedorismo social. A sustentabilidade e continuidade dos negócios de impacto depende de inúmeros fatores além de sonhos e objetivos socioambientais. Mesmo não sendo a principal meta para os empreendedores do segmento, o controle e retorno financeiro do negócio é que irão possibilitar a remuneração dos colaboradores, o pagamento das despesas e a realização de novos investimentos.
Para conseguir o capital inicial para abrir uma empresa muitos empreendedores lançam campanhas de financiamento coletivo, buscam investidores, aceleradoras, incubadoras de projetos ou instituições financeiras. Ao apresentar a ideia de negócio é importante destacar o impacto social esperado e como ocorrerá o retorno financeiro. Nesse processo é imprescindível desenvolver um Plano de Negócios e preparar um Pitch que possa expressar os objetivos e soluções da empresa, contemplando também a maneira que o negócio irá trazer lucro para os empreendedores.
Com os recursos em mãos, os profissionais devem buscar capacitação para administrar corretamente as finanças e não transformar o sonho de trabalhar por algo que realmente acreditam em pesadelo.